quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A Felicidade


Eu sempre achei que felicidade estivesse relacionada ao amor, ao emprego bem sucedido, à estabilidade financeira, ao contentamento com o próprio corpo e por aí vão inúmeras possibilidades frustrantes. Mas, o amor pode acabar, o emprego pode desmoronar e seu cofre assim como seu corpo oscilam entre estações e períodos, portanto a felicidade também não seria uma oscilação?
Creio que o entusiasmo seja oscilante, sem dúvidas, porém a felicidade é uma paz interior, uma sensação de que a vida está seguindo conforme suas expectativas singelas. Um aproveitamento maior e produtivo das coisas que o mundo tem a nos oferecer, um raio de sol, o sorriso de uma criança, sei que isso pode estar parecendo livro de auto ajuda, porém é assim que me sinto, o que não tem remédio, remediado está.
O que adianta a busca incessante pela felicidade, se o que consideramos por felicidade é tão veloz quanto o segundo. A sensação de bem estar, de conformidade com nossas próprias vidas, supera qualquer momento de êxtase e é nesse estado que ficamos inconscientemente mais propícios a recebermos boas notícias.
Eu por vezes me revoltei com minha falta de sorte, praguejei os desastres que me pegaram desprevenida no meio de minha jornada, mas isso nada resolveu, mas quando acreditei que um dia tudo ia se ajeitar por si só, naturalmente as mudanças para melhor começaram a surgir...
O ser humano deve repetir todos os dias a frase: sou muito feliz e sem razões especiais, pela simples razão de existir! Amem-se acima de tudo que o resto é mera conquista momentânea, já o amor próprio é essencial e inabalável! Porque só depende de nós!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Era uma vez três criancinhas...


Normalmente quando volto do trabalho, divido o ônibus com um grupo de adolescentes barulhentos que estão indo à escola nesse mesmo horário. Portanto não posso deixar de reparar no comportamento deles, em especial das meninas, que devem estar na faixa etária de uns 13, 14 no máximo uns 15 anos.
Essas garotas demonstram uma inquietude que ultrapassa o habitual justificável pela idade, tamanho o alvoroço que causam no coletivo, tanto que a viagem para os demais torna-se insuportável. São gritos e gargalhadas descontroladas, ficam em pé e abordam os transeuntes (do sexo masculino) das calçadas, dizendo palavras que eu me envergonharia de mencionar até mesmo ao meu namorado, mas elas nem se importam de dirigi-las a desconhecidos. O papo é sempre o mesmo: “Detesto estudar, vou colar do fulano, quero ficar com ciclano...”, cada vez mais cedo a preocupação fica em torno de aventuras amorosas e o esquecimento de áreas como profissão e estudo é absolutamente natural. Tudo bem, eu concordo que adolescência é uma fase onde a irresponsabilidade é permitida e perdoada. Mas, limites impostos por pais e educadores são bem vindos, porque o jovem irresponsável de hoje será o adulto inconseqüente de amanhã. E é desde cedo que os valores éticos devem ser ensinados e aprendidos.
Eu tenho uma espécie de “amizade” com uma delas, para me criar menos problemas no caso de ter que acalmá-las durante o trajeto, me aproximei dessa garota. Posso descrevê-la com uma oscilação entre doçura e agressividade, ela sorri bastante, mas é muito infeliz consigo mesma, tem atitudes incoerentes e uma impulsividade fora do controle. Com o tempo de convivência nas viagens de ônibus, ela foi me explicando a vida dela, me confidenciando alguns atos e pedindo aconselhamento para outros.
Com muito prazer, eu na minha leiga orientação psicológica, tento detalhar o que considero ser melhor à menina. Digo que ela tem que se centrar em estudos, empregar o pouco dinheiro que ela ganha, em mesadas e bicos, em coisas úteis e no que ela realmente esteja precisando ou querendo, digo também para não se deixar influenciar pela cabeça dos outros, que amizades verdadeiras são raras e que ela deve desconfiar mais do que acreditar. Isso parece ajudá-la de alguma maneira e fico feliz.
Na última semana ela me vem com uma novidade, eufórica me conta que será tia, eu parabenizo e começo a perguntar mais sobre o assunto. Trata-se de sua irmã mais nova que escondia a gravidez há seis meses usando apenas roupas bem largas. A criança grávida tem apenas 13 anos, perdeu a virgindade com 12 e o pai do bebê é um garoto de 14. Analisando esse quadro, embora não seja a primeira vez que isso aconteça e nem será a última, eu não pude deixar de refletir sobre o assunto.
Quando eu tinha 12 anos eu brincava de Barbie, me interessava por garotos, isso é óbvio, mas eu tinha uma ingenuidade invejável, que encostar na mão do meu “amado” já me saciava e me fazia delirar por uns bons meses. Não quero ser moralista e nem antiquada nesse discurso, creio que beijos, abraços e apertos de mão nunca fizeram e nem nunca farão mal a ninguém. Mas uma criança de 12 anos nem tem o corpo formado para ter uma vida sexual ativa e muito menos para gerar um bebê.
O médico da irmã da minha companheira de ônibus disse que a gravidez é de alto risco, uma mulher de 13 anos de idade não tem condições físicas recomendáveis para ter uma gravidez saudável nem a ela e nem a criança.

Os pais dessa menina quiseram expulsá-la de casa no primeiro momento e, posteriormente resolveram deixá-la ficar. O pai do bebê arranjou um emprego de salário irrisório para ajudar nas despesas. A minha amiguinha me relatou que seus pais sempre foram muito rígidos e nunca permitiram que elas namorassem, o que as obrigavam fazer tudo escondido, depois da descoberta, eles ficaram muito surpresos e a reação foi colocar a filha para a fora de casa. Como quem se livra de um objeto que não serve mais, ou de um equipamento que está com problemas, a falta de juízo dessa menina é apenas o reflexo dos erros de orientação paternos, pois alguém com 12 anos não tem capacidade de discernimento. Ela até sabia bem que estava fazendo algo errado, mas não mediu as conseqüências, pois não foi devidamente orientada e sim proibida.

Ao invés de dizer não, explique as razões pelas quais não são recomendáveis tais atitudes, exemplifique conseqüências, talvez um diálogo aberto e uma relação de amizade funcionassem melhor que uma repreensão.
Agora o que está feito está feito, a menina perderá anos escolares, talvez nem volte mais para a escola, nesse país onde é difícil até para os preparados, imagine para os que não possuem preparo algum, a criança que está chegando nem imagina o transtorno que está causando a seus pais, mas assim que chegar sentirá a cada dia a rejeição de sua família, principalmente de sua mãe que tentará empurrar o bebê para a avó, para recuperar a juventude roubada por sua irresponsabilidade. E o pai que crescerá e encontrará outras mulheres, quem sabe tenha outros filhos e este primeiro fique um tanto quanto esquecido no seu passado, como uma travessura de adolescente. Mas quem sou eu para tentar adivinhar o futuro dessas três crianças?

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Clara Charf, uma lição de vida em nome da paz!

As diversas e constantes lutas com um único objetivo em comum: a PAZ! Marcaram a vida dessa mulher que perdeu seu companheiro para seu país, na ditadura, mas não perdeu a vontade de lutar em benefício de seus próximos.

“Sou militante desde 1945 pela causa da paz, do socialismo, da justiça, contra as discriminações e pela igualdade”, foi a declaração de Clara Charf, viúva de Carlos Marighella - combatente da Ditadura na Era Vargas e do Regime Militar, dada à nossa equipe.
Devido ao seu histórico como contribuinte assídua à Paz Mundial, Clara foi convidada pela Fundação de Mulheres Suiças pela Paz a coordenar no Brasil, o projeto: “1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz”. Ela diz que aceitou o convite com muita honra. E que esse projeto valoriza a vida e a luta das mulheres de todo o mundo.
A entrevistada também conta que desde que o prêmio Nobel da Paz criado, em 1901, apenas 11 mulheres o receberam. Caso as 1000 mulheres indicadas sejam premiadas será criada uma fundação de luta pela paz, tendo como base projetos dirigidos por mulheres.
Clara Charf relembra seu esposo com orgulho, citando que além de poeta, Carlos Mariguella foi um combatente que lutou até a morte por um Brasil livre e justo. “Foi um companheiro que sempre valorizou o papel e a luta das mulheres”, diz. Carlos foi assassinado em 04 de novembro de 1969, pela ditadura militar.
O projeto “1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz”, de acordo com Clara, tem como objetivo enfatizar a importância do sexo feminino na sociedade, aumentando o reconhecimento da mulher em iniciativas cruciais como: respeito aos direitos humanos; desarmamento e proteção à vida.
Criado pela Fundação de Mulheres Suíças pela Paz , no início de 2003, esse projeto abrange mais de 225 países. A iniciativa da Suíça espera coletar mil nomes de mulheres que desenvolvam atividades ligadas a paz no mundo.
Os perfis das mulheres indicadas ficarão registrados em vídeos, áudios e textos. Os trabalhos serão analisados por pesquisadores de todo o mundo e utilizados em estudos referentes a conflitos e processos de paz. A entrega do prêmio será em Oslo, ano que vem. No Brasil, 31 mulheres foram indicadas e receberam apoio e incentivo de ONGs mobilizadas pelo projeto.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A psicóloga e artista plástica Lúcia Orsolon tem uma belíssima Loja-Ateliê “Mercado das Artes”


O Ateliê Mercado das Artes é uma ótima opção para os adeptos do bom gosto. Lúcia vende quadros seus e de outros artistas num espaço muito despojado e moderno. Os expositores da loja de Lúcia são renomados e alguns muito familiares na Vila Madalena, como Betina e Carmem Righi.

No local podemos encontrar também outras peças diferenciadas. Por exemplo, os produtos desenvolvidos em cobre esmaltado, produzidos por Ana Mello e Mirtes Bernardes. Peças que impressionam pela criatividade e originalidade de como foram desenvolvidas.
Lúcia Orsolon é, também, acostumada a lidar com crianças em seu consultório e junto delas fazer um trabalho que desenvolva a aptidão artística. Por isso, pensou em conciliar suas atividades paralelamente e abrir um espaço no Ateliê em que possa oferecer aulas de criatividade e expressão para os pequenos, maiores informações no telefone: 3814-4872, com Lúcia Orsolon.